Desde quando o Brasil era colônia já havia a tradição de votar. Os moradores, por sua vez, elegiam informalmente dirigentes para administrar seus povoados. Em 1822, surge o chamado voto censitário. Convocado por Dom Pedro I, este sistema preservava o poder dos proprietários de terras, da aristocracia e dos comerciantes, onde apenas homens livres com mais de 25 anos e com renda própria podiam votar, e para se eleger era necessário ser rico e católico.
Em 1889 houve a proclamação da República, onde o país adota o presidencialismo separando o Estado da Igreja e extinguindo o voto censitário. Com a Revolução de 1930 são criados o Código Eleitoral e a Justiça Eleitoral, definindo o voto como sendo secreto e dando o direito de votar às mulheres. Mas, em 1964 o Brasil vive uma Ditadura Militar, suspendendo, então, as eleições diretas, além de ocorrer pressões de direitos políticos e civis. Durante este regime, criou-se um sistema bipartidário, ou seja, só dois partidos eram aceitos. Após seu término, foi aprovada no Congresso em 15 de maio de 1985 uma emenda constitucional, restaurando as eleições diretas para presidente e vice-presidente, e dando o direito de voto a maiores de 16 anos e aos analfabetos.
Hoje temos eleições a cada 4 anos e seu sistema é totalmente informatizado, chegando a existir em mais de 51 municípios urnas biométricas.
Como vimos, o voto no Brasil passou por um longo processo e atualmente seu sistema serve de referência para muitos países. Entretanto, este direito de votar passa a ser desvalorizado, tanto por parte dos eleitores como também por parte dos candidatos. O brasileiro tem como característica não votar consciente. No entanto, nos dias atuais temos em quem votar?
Nesta época de eleições vemos inúmeros candidatos na mídia fazendo de tudo para chamar a atenção da população. E sabemos que muitos deles não sabem o que fazer, ou melhor, não sabem o que vão fazer se forem eleitos. Vemos aí que a ética é o que os faltam. Este conjunto de princípios que deveriam ter, pelo menos, para servir de exemplo a população, falta durante e antes do mandato. Mas por que os partidos os escolhem para ser seus representantes?
Nunca um país desenvolvido iria colocar candidatos como estes para representar seus partidos. Só que existe a democracia, onde todos têm o mesmo direito, ou seja, neste caso, assim como todos podem votar em quem quiser, podem também se eleger. Conclui-se que usamos a democracia sem discernimento, ou melhor, de forma errada. Os partidos brasileiros utilizam esse recurso de usar estas pessoas como sendo os “chamarizes de votos”, cujo sabem que se eles forem eleitos terão mais cadeiras na câmera, no senado. Infelizmente é provável que estes candidatos que tanto criticamos vençam. E ainda, é provável que sejam eleitos pela maioria das pessoas da classe média por se identificarem – e pior, por acharem graça – e também pelos “revoltados da vida” como forma de protesto a política brasileira.
Dizem que se conselho fosse bom, não se dava, se vendia. Porém, vou dar um conselho: – Vote consciente, ou se preferir, vote no candidato “menos ruim”! Talvez os que mais falam não sejam os melhores, pois não podemos generalizar. Não caía nessas promessas particulares – se é que isso ainda existe – porque poderão não ser cumpridas, e ainda demonstra que este candidato não é tão inteligente, afinal ele não estará ao seu lado quando você for votar. É difícil escolher alguém para representar você e seu país, mas é preciso. E para dificultar nossas escolhas, os candidatos nas suas campanhas ficam apontando os “erros” dos seus adversários, fazem “propostas clichês” e, principalmente, fazem propostas que nos dias de hoje dificilmente serão cumpridas, pois felizmente ou infelizmente vivemos em um mundo capitalista. Portanto, o melhor a se fazer é investigar o passado dos candidatos, tirando assim, a fachada de termos uma memória curta, e verificar suas metas. O povo tem o governo que merece, então faça jus a esta frase, vote consciente. Enfim, no dia 3 de outubro desejo o que mais se precisa no momento, desejo sorte ao Brasil.
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